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Sobre o livro
Este livro traça em linhas essenciais um breve périplo pela história do uso da escultura de inspiração clássica (predominantemente grega, mas também romana e classicizante) no cinema. A partir de um arco cronológico que começa nos finais do século XIX, este volume percorre várias obras emblemáticas da sétima arte, trazendo do pano de fundo para o primeiro plano as esculturas que as compõem. Algumas das estátuas mais excepcionais e conhecidas do grande público são a Vitória de Samotrácia, que ombreia com Audrey Hepburn em Funny Face, o Discóbolo de Míron, que se apresenta em Olympia e Le Mépris, e a Vénus de Milo, que Isabelle soube tão bem abrigar no seu corpo em The Dreamers. As esculturas aqui revisitadas são abordadas tendo em conta um duplo trilho: entendemos conciliar a preocupação historiográfica com a aproximação metonímica e/ou metafórica, procurando manter a discussão da Meisterforschung, isto é, a obra de arte original que se insinua na reprodução e/ou simulacro patentes em toda a escultura replicada no cinema.
"De tudo o que o leitor poderá observar, mais do que um mero expositor de esculturas em filmes, esperei trazer à colação um conjunto de agalmata (termo grego para ‘estátuas’ a que subjaz a noção de presente dos deuses) abonadas de significados próprios, enriquecidos pelo substracto clássico, que não se esgotam no mero objecto trazido ou "roubado" da antiguidade. Estas agalmata patenteadas em contextos cinematográficos são, aliás, objectos artísticos que adquirem uma vida própria além daquela praticada em contextos religiosos e/ou mitológicos in illo tempore, na Antiguidade Clássica."