Hominescência
de Michel Serres
Sobre o livro
Diferente da «hominização», que caracteriza a etapa inicial, a descoberta do fogo e dosprimeiros utensílios, o neologismo «hominescência» criado por Michel Serres, qualifica o devir do homem; tal como a adolescência define a passagem da infância à idade adulta, ou a luminescência define o momento em que um corpo obscuro se torna luminoso. Depois de ter considerado as mudanças radicais que a humanidade conheceu ao longo dos últimos cinquenta anos, o autor analisa as novas relações do homem com domínios tão diferentes como o são a morte, o corpo, a agricultura, as novas redes de comunicação. Alerta-nos para as consequências destas modificações, em particular para o perigo que representam as crescentes diferenças entre os países ricos e os países pobres.
Michel Serres conclui, de forma positiva, sublinhando que o homem sempre soube adaptar-se a novos ambientes e que as grandes inovações (escrita, impressão...) o incitam a fazer prova de engenhosidade e de inteligência.
A humanidade, diz-nos Michel Serres, parece esperar um limiar: nunca o próprio ser do homem foi tanto o desafio da sua história.
Perante isto devemos regozijar-nos ou inquietar-nos? Contrariamente aos filósofos que tanto gostam de cantar os crepúsculos, Michel Serres, nesta obra, quer fazer-nos pressentir, com confiança e optimismo, a luz ainda incerta e vacilante de uma época auroral.