Holocracia + 12 Bktun, 13 Ahau
(Conceito: dois livros em um)
de Edmundo Vallellano
Sobre o livro
A história humana está cheia de equívocos. Sendo um deles de ordem ideológico-política e prendendo-se à organização dos sistemas políticos e aos seus princípios (entendidos como verdades inquestionáveis).
A denominada «revolução francesa» de 1789, sintonizada à «revolução americana», ao derrubar a monarquia instituiu então um regime a que denominou «república», baseando-se no velho conceito romano da «coisa pública» que era prefigurado pela expressão latina «res publica».
Só que essa (nova) república em quase nada se veio a diferenciar da monarquia. Pois substituiu-se um rei por um «presidente» e a governação ficou entregue a Partidos políticos recém-criados. Mas o essencial permaneceu inalterado: as hierarquias; os valores; a estruturação da sociedade (Estado e burocracia) e o seu funcionamento.
Criou-se uma monarquia popular a que chamam «república» e em que o chefe supremo não herda o Poder vitaliciamente nem nomeia ministros, apenas.
Quanto à legitimidade, jamais alguém percebeu que somente quando for aceite (necessariamente por «referendo» e segundo o princípio da «maioria») é que um regime poderá vir a encontrar-se «legitimado».
HOLOCRACIA
Apesar de se estruturar e funcionar de modo semelhante aos das demais sociedades e de viver mergulhada nos mesmos equívocos concetuais, a Noruega é de facto um dos países mais evoluídos da Terra.
Por essa razão é que teve a hombridade de referendar a «adesão europeia».
E a deliberação da maioria, nesse caso particular, foi «não».
Em Inglaterra, dois agentes de Polícia disseram-me (em 2001): «people don't want to belong to the European Union; were the politicians who imposed that».
A legitimidade dos poderes, sejam lá quais forem os tipos de Poder considerados, decorre unicamente da aceitação geral (maioritária) dos governados.Tudo o resto é imposição.
E toda a imposição, ainda que cínica (sorridente), é sempre um ato de ditadura. Por mais disfarçada que se apresente.
12 BKTUN, 13 AHAU
A velocidade, como forma de movimento, representa o meio de estreitar ou distanciar relações e assim aproximar ou afastar as realidades, tendendo às suas unificação ou dissociação - isto é: à sua anulação enquanto entidades naturais distintas, ou à sua afirmação se estiverem unidas.
No universo físico a velocidade constitui o único modo de superá-lo, pro-gressivamente subtraindo o móvel às aparentes condicionantes da realidade material: o «espaço» e o «tempo».
Enquanto não se for suficientemente veloz, a prisão gravitacional manterá escravos da Natureza tanto o poeta sonhador como o cientista mais afoito, aí desprovidos da riqueza que a variação de cenários e vivências sempre proporcionem aos efémeros viajantes.
E a sua imaginação permanecerá então impotente para ajudar a elaborar uma visão radicalmente distinta acerca do mundo material e produzir novos discursos científico e cultural, tristemente pobres e prolongadamente cegos no seio do palco natural.