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Sobre o livro
Se um dia te apaixonares por outra pessoa, tomara que me dês tempo para te dizer adeus.
Se um dia fores sem retorno, tomara que tenha tempo para parar o relógio.
Se um dia isto tudo acabar, tomara que possas tocar-me uma última vez.
Como se ainda me quisesses.
Nesse dia, peço-te que me olhes uma última vez.
Como se eu não fosse uma estranha.
Eu nunca vou querer outra pessoa.
Nunca vou querer outro coração.
Se um dia tu quiseres deixar tudo isto, eu vou fingir que é mentira.
Vou continuar no mesmo sítio, agarrada aos mesmos sonhos, a arder no mesmo fogo.
O mundo vai rodopiar à minha volta e eu vou ficar imóvel.
Como se nada tivesse saído do lugar.
Porque se um dia já não for eu a incendiar-te o peito, nunca mais vou querer conhecer este sentimento.
Eu não voltarei a amar. Não terei capacidade para mais.
Que fique escrito. Que fique documentado.
Eu quero que tu sejas o meu último beijo.
Os meus últimos lábios. O meu último corpo.
Estou cansada de estranhos. Tu és o único lugar a que posso chamar casa. E é aí que vou viver para sempre.
Não preciso de muito. Preciso do suficiente.
Do que chega para conseguir sorrir a maioria dos dias da minha vida.
Não me dês tudo. Tudo pode ser demais.
Guarda-me o que ficar.
Este livro descreve a vida em prosas curtas, simples e cruas. Aqui não uso filtros. Não escondo premissas. Aqui falo de sentimentos. Dos bons e dos maus. Aqui sou fria. Sou totalmente irracional. Aqui não existem regras. Existo eu e os outros. Eu não sei se escrever me cura ou se me destrói um pouco mais. Mas não consigo levar a vida de outra forma.
Numa sociedade que lucra tanto com a ausência de autoconfiança, amar-me pelo que sou e´ desafiar o sistema.
Inês