Geometrias da Arquitectura de Terra
A Sustentabilidade Geométrica das Construções em Terra Crua
de Filipe Duarte González
Sobre o livro
Numa sociedade em que as questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável assumem um papel preponderante, assistisse ao repensar da organização e desenvolvimento do património edificado.
Soluções antigas parecem ser novas, sendo que as actuais se revelam obsoletas. A construção passa a ter que contemplar critérios de construção ecológica, modernidade e sustentabilidade.
Ora, para a Arquitectura o mesmo se passa, sendo a construção em terra crua um momento eficaz na inflexão da tendência poluente e agressiva que a era contemporânea constitui.
Os limites impostos na emissão de monóxido de carbono (CO) na atmosfera, e a tendência para o cumprimento do tratado de Quioto, levam a que a terra crua se reafirme no panorama construtivo da actualidade. A presente obra serve para se (re)iniciar o estudo da construção com um material que foi praticamente esquecido, ensinando não apenas a vertente da técnica operativa em si, mas sim, apontando também, no sentido da prática conceptual para o entendimento do projecto de arquitectura, recorrendo ao material "terra crua".
Velhas técnicas parecem novas, e as tradições constituem-se como novos desafios.
A construção em terra é um processo milenar, e a sua transmissão enquanto tal tem sido feita em gerações, de pais para filhos, e quase sempre de forma operativa.
A utilização da terra pautasse por uma qualidade que consiste na sua reciclabilidade. Esta característica assume especial importância quando se aborda cada vez mais a sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável.
A reciclabilidade da terra como material construtivo, enquanto processo natural ou artificial, dificulta o seu estado uma vez que os testemunhos mais antigos não podem ser avaliados devido à sua perda total.
Pretende este trabalho criar uma ferramenta aglutinadora de processos construtivos, classificação da terra enquanto material de construção e por último, ferramenta analítica de geometrias utilizáveis na construção com estes material, atendendo às suas propriedades.
Trata-se de uma análise comparativa dos processos construtivos em terra crus, suas geometrias e estereotomias, dentro do conceito de obra global, analisando-a no todo e na parte. Este trabalho redefine o processo de classificação das técnicas construtivas em terra crua em função dos processos auxiliares de construção, e não pelo estado físico do material utilizado ou mesmo pela família de sistema construtivo.
Introdução, p. 21
0.1. Objectivos, p. 22
0.2. Metodologia e limitações, p. 23
1. A tradição e o método, p. 25
1.1. O pressuposto, p. 25
1.2. A tradição do saber, p. 26
1.3. Da sustentabilidade, p.29
1.4. Da geometria, p. 33
1.5. Da estereotomia, p. 34
1.6. Da fronteira, p. 40
1.7.Da estrutura, p. 43
1.7.1. Dos esforços, p. 44
1.7.2. Famílias estruturais tipo, p. 50
1.7.3. Do equilíbrio, p. 52
1.7.4. Da eficácia formal, p. 54
2. A terra como material de construção, p. 59
2.1. A terra, p. 59
2.2.1. componentes do solo, p.60
2.2.2 Matéria orgânica, p. 61
2.3. Propriedades fundamentais do solo, p. 62
2.3.1. Peso específico, p. 62
2.3.2. Textura, p. 62
2.3.3. Estrutura, p. 66
2.3.4. Plasticidade, p. 66
2.3.5. Coesão, p. 66
2.3.6. Tenacidade, p. 66
2.3.7. Adesividade, p. 66
2.3.8. Permeabilidade, p. 67
2.3.9. Capilaridade, p. 67
2.3.10. Poder de absorção, p. 68
2.3.11. Exposição, p. 68
2.3.12. Cor, p. 69
2.4. Qualidade da terra como material construtivo, p. 70
2.4.1. Principais estabilizantes, p. 71
2.4.1.1. A cal, p. 71
2.4.1.2. O cimento, p. 71
2.4.2.3. Componentes orgânicos, p. 71
2.5. Análise sensitiva do solo, p. 72
2.6. Associação dos solos às técnicas construtivas, p. 73
3. Técnicas de construção em terra crua, p. 79
3.1. Sistemas de classificação, p. 79
3.2. Técnicas construtivas, p. 86
3.2.1. Terra por subtracção terra escavada, p. 86
3.2.2. Terra trabalhada manualmente terra modelada, p. 92
3.2.3. Terra simplesmente empilhada, p. 96
Terra empilhada
Torrões de terra
Pães de terra
3.2.4 Terra empilhada com recurso a molde, p. 100
3.2.4.1. Terra palha, p. 101
3.2.4.2. Terra plástica, p. 103
3.2.4.3. Terra de enchimento, p. 104
3.2.4.4. Taipa, p. 106
3.2.5. Terra geometrizada sob a forma de blocos, p. 110
3.2.5.1. Blocos de terra cortados, p. 111
3.2.5.2. Blocos de terra palha, p. 114
3.2.5.3. Blocos compridos ou apiloados, p. 115
3.2.5.4. Adobes, p. 117
3.2.5.5. Terra extrudida, p. 121
3.2.6. Terra como material de acabamento, p. 122
3.2.6.1. Terra de recobrimento, p.122
3.2.6.2. Terra de cobertura, p. 125
3.2.6.3. Tabiques e terra sobre engradado, p. 127
4. Geometrias da terra crua, p. 131
4.1. Processos analíticos, p. 131
4.1.1. Análise planimétrica, p. 133
4.1.2. Análise tridimensional, p. 136
4.2. Geometrias de suporte nos processos construtivos, p. 148
4.2.1. Terra por subtracção, p. 148
4.2.2. Terra trabalhada manualmente, p. 152
4.2.3. Terra simplesmente empilhada, p. 155
4.2.4. Terra empilhada com recurso a molde, 159
4.2.5. Terra geometrizada sob a forma de blocos, p. 168
4.2.6. Terra como material de acabamento, p. 183
4.3. Resumo síntese, p. 186
5. Interacção da forma e do método, p. 191
5.1. A inevitabilidade da geometria, p. 191
5.2. Da geometria da terra, p. 192
5.3. Interacção das formas da terra crua, p. 193
5.4. A perenidade da compressão vs. A efemeridade da tracção, p. 196
5.5. Da terra ao betão, p. 197