Esta Voz é Quase o Vento

de José Agostinho Baptista 

Bertrand.pt - Esta Voz é Quase o Vento
Opinião dos leitores
(1)
Editor: Assírio & Alvim
Edição: abril de 2004
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Em 2000, com a publicação de «Biografia», José Agostinho Baptista encerrava um longo ciclo de escrita, reunida nesse volume. Agora, «Esta Voz é Quase o Vento» vem dar continuidade à nova fase de produção poética iniciada com «Anjos Caídos» (2003).

Críticas de imprensa
"Não sabemos o estado de espírito com que José Agostinho Baptista abandonou ou terminou a escrita deste seu novo livro de poemas. Acreditamos, contudo, que depois de "atravessar" um corpo poético tão fulminante e dilacerante com este, o autor sinta necessidade de respirar fundo e de, por momentos, por horas, por dias ou meses, descansar a mão, que é como quem diz a memória, que é como quem diz necessidade de apaziguar a alma sustendo a sangria de sentimentos. Tudo porque Esta Voz é Quase o Vento chega-nos com a força de uma tempestade, como se de uma voz detentora da força do vento se tratasse, uma "voz-de-vento" feita lamento, feita também viagem pelas memórias ou rumo a um futuro de negro adivinhado."
in Magazine Artes, Novembro de 2004

"A poesia é sempre religiosa, pois desperta a loucura humana de restabelecer a ligação perdida com a natureza, o mundo, o cosmos. A poesia é, afinal, a demada mítica de um tempo primordial sem separações entre homem e homem, entre homem e infinito. Mas se toda a poesia é isso, que é tudo, o poeta José Agostinho Baptista - galardoado há dias com o Prémio Pen Clube - sublinha cada vez mais a religiosidade da sua criação. A sua obra sempre foi religiosa, mas Esta voz é Quase o Vento é-o essencialmente: 'Sou apenas um homem entre as lápides./ E, quando os mortos murmuram o meu nome, digo simplesmente que estou aqui,/ acendendo velas,/ rezando outra vez, com palavras humildes,/ nos altares destruídos (...)' A angústia do quietismo."
Torcato Sepúlveda, Grande Reportagem

"Exercício de memórias e despedidas o deste pequeno volume de um dos poetas grandes de língua portuguesa. Um adeus pungente que atravessa paisagens familiares, o regaço materno, os cais e paragens do país, as casas brancas onde as buganvílias crescem à porta, as preces."
S.S.C., Visão

Excertos

COMOVEM-ME

Comovem-me ainda os dias que se levantam
no deserto das nossas vidas.

Dos belos palácios da saudade
não resta a impressão dos dedos nas colunas
fendidas, e nada cresce nos pátios.

Muito além, depois das casas, o último
marinheiro continua sentado.
Os seus cabelos são brancos, pouco a pouco.

Aqui, tudo se resume a algumas tâmaras que
secaram ao sol,
longe do orvalho,
das fontes que pareciam nascer de um olhar
turvo sobre a sede da terra.

Comovem-me ainda as palavras que dizias
aos meus ouvidos aprisionados pela música.
Comovem-me as cadeiras vazias, no pátio.

Lembro-me sempre de ti.


COMOVEM-ME

Comovem-me ainda os dias que se levantam
no deserto das nossas vidas.

Dos belos palácios da saudade
não resta a impressão dos dedos nas colunas
fendidas, e nada cresce nos pátios.

Muito além, depois das casas, o último
marinheiro continua sentado.
Os seus cabelos são brancos, pouco a pouco.

Aqui, tudo se resume a algumas tâmaras que
secaram ao sol,
longe do orvalho,
das fontes que pareciam nascer de um olhar
turvo sobre a sede da terra.

Comovem-me ainda as palavras que dizias
aos meus ouvidos aprisionados pela música.
Comovem-me as cadeiras vazias, no pátio.

Lembro-me sempre de ti.

  • Uma ilha chamada poesia
    Henrique Fialho - Livreiro Bertrand La Vie Caldas da Rainha | 14-09-2017

    Aspecto largamente sublinhado acerca da poesia de José Agostinho Baptista é a sua autonomia face a correntes de estilo e uma independência total, para não dizer isolamento, que a tem colocado à margem de todas as associações simplistas e canonizações redutoras. Faz por isso sentido a comparação desta voz com o espaço geográfico que acolhe o poeta: uma ilha. Como todas as ilhas, também esta tem os seus climas muito especiais, a especificidade que a caracteriza e distingue de todas as outras. Começa desde logo por ser uma ilha cuja relação com a natureza que a envolve assume um papel preponderante: não apenas a do estabelecimento dos ambientes onde se desenrola o discurso poético, mas sobretudo o papel de marcação dos ritmos desse próprio discurso.

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Esta Voz é Quase o Vento
ISBN:
978-972-37-0928-5
Ano de edição:
04-2004
Editor:
Assírio & Alvim
Idioma:
Português
Dimensões:
146 x 206 x 12 mm
Encadernação:
Capa mole
Páginas:
144
Tipo de Produto:
Livro
Classificação Temática:
X
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