Ensino Superior: Uma Visão para a Próxima Década
de António Manuel de Almeida Costa, José Veiga Simão e Sérgio Santos
Sobre o livro
A Cidadania e a cultura, a ciência e a inovação, constituem os pilares do edifício do ensino superior do futuro. Um edifício onde se cultive a qualidade e a excelência, a boa gestão e a competitividade, o mérito e o empreendedorismo, sempre presentes nos processos e nos conteúdos do ensino, da investigação a da prestação de serviços. Um edifício que só estará iluminado quando a liderança, a governação académica e a organização institucional privilegiarem a ética, o rigor, o mérito e o risco.
É com base neste pensamento condutor que, ao longo da obra, se equacionam as respostas a dar, através do ensino superior, aos desafios da sociedade do conhecimento, se define um novo modelo de relacionamento entre o poder político, o governo académico e a sociedade civil, se propõe novos mecanismos de regulação e de financiamento e se apontam caminhos para uma dimensão europeia e internacional das instituições.
A irracionalidade do actual sistema e a consequente tolerância da mediocridade, permitidas por falta de ambição, por incapacidade do poder do estado, pela primazia do lucro nalgumas entidades privadas e por anacrónico corporativismo de algum poder académico, são insustentáveis. Por isso, a qualidade e a excelência, intrinsecamente ligadas a uma avaliação, com consequências visíveis na opinião pública, devem determinar uma inadiável reorganização e modernização, baseada na flexibilidade e na programação estratégica. Considera-se, consequentemente, imprescindível adoptar um novo modelo de governo académico que reforce lideranças e integre a presença responsabilizante de competentes externas da sociedade para atenuar o corporativismo e dinamizar parcerias criativas das instituições do ensino superior com as empresas e outras organizações públicas e privadas.
Tudo isto, no entanto, deve desenvolver-se num quadro de independência do pensamento que fortaleça as universidades e instituições politécnicas como garantes da consciência crítica da nação e do exercício da soberania do conhecimento. Um desafio para uma década, até 2010.