Enfermagem em Cuidados Intensivos
de Ana Raquel Silva
Sobre o livro
PREFÁCIO
O primeiro serviço de cuidados intensivos surge a nível nacional na década de 60, a tecnologia ainda não era a actual, mas a ideia de juntar doentes com compromisso grave da sua saúde perto de profissionais que os monitorizassem continuamente e interviessem com rapidez, já era bem patente. A par da industrialização, a tecnologia e o conhecimento evoluíram ao ponto de proporcionar mais e melhor tratamento ao doente crítico, aquele que por disfunção ou falência profunda de um mais órgãos ou sistemas, a sua sobrevivência depende de meios avançados demonitorização e terapêutica. Para além dos recursos materiais, os recursos humanos - a equipa - caracterizam a qualidade do serviço.
O funcionamento da unidade depende, principalmente, das competências práticas de Enfermagem e que dificilmente podem ser substituídas pelas competências médicas. Os enfermeiros por estarem 24h/dia em contacto directo com o doente constituem-se elementos cruciais na qualidade do curar, tratar e cuidar em cada unidade de cuidados intensivos.
Mas o que é ser Enfermeiro em Cuidados Intensivos? É um desafio muito grande; uma conquista a cada minuto; uma descoberta contínua alimentada pela perspicácia que se tem e que se aprende; um ambiente que atordoa familiares e doentes e que os mascara no meio de tantos fios e cabos e tecnologia; um sentimento de vitória quando ajudamos na recuperação, na orientação espaço-temporal de alguém que acorda de um sono/pesadelo; um sentimento de derrota quando sentimos a pessoa "fugir" de cada cuidado, de cada fármaco, de cada intervenção; ter muito conhecimento e sempre actualizado para manter a excelência dos cuidados que presta, no saber-ser/estar, saber-fazer e no saber-saber!
Os capítulos que se seguem pretendem ser um auxiliar neste contexto!
O desafio para a elaboração desta edição ENFERMAGEM EM CUIDADOS INTENSIVOS surge na sequência da realização do Curso de Pós-Graduação de Enfermagem em Cuidados Intensivos, organizado pela FORMASAU - Formação e Saúde, Lda. Inicialmente idealizado apenas como guia prático com informação concisa e resumida, o produto final é a abordagem de vários temas que procuram auxiliar os enfermeiros que prestam cuidados a doentes em estado crítico, internado ou não em cuidados intensivos, para a excelência do seu exercício.
Não englobam toda a dimensão complexa do cuidar, no entanto almejamos que se torne um instrumento que subsidie a prática e reflexões, ao mesmo tempo que catapulte para outros níveis de leitura. Demos privilégio a áreas que se destacam em cuidados intensivos: ventilação não invasiva e invasiva que engloba o funcionamento, patologias e ventilação mecânica; monitorização hemodinâmica de todos os sistemas, com capítulo específico para a neuromonitorização; choque séptico tão frequente nos doentes críticos; referência dos principais grupos farmacológicos e mais específicos em cuidados intensivos; à dor dedicamos um capítulo por reconhecermos a transversalidade que tem no processo de doença, a abordagem ao politraumatizado foi sistematizada no ABCDE; temas como a CIPE e a família em cuidados intensivos foram incluídos para auxiliar a auto-reflexão.
A todos os colaboradores fica um agradecimento especial e aos leitores o favor de contribuírem para uma segunda edição na área dos cuidados intensivos.
Ana Raquel Silva
Maria José Lage
ÍNDICE
PREFÁCIO
1. Monitorização Hemodinâmica
2. NEUROMONITORIZAÇÃO
3. VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA E INVASIVA
4. ABORDAGEM DO DOENTE SÉPTICO
5. ABCDE no Traumatizado
6. DOR NOS CUIDADOS INTENSIVOS: MONITORIZAÇÃO E TRATAMENTO
7. Fármacos EM CUIDADOS INTENSIVOS
8. Da Incerteza... A Experiência da Família numa Unidade de Cuidados Intensivos
9. CIPE e os cuidados intensivos