Em Chamas

Se achávamos que Katniss já estava a salvo depois de tudo o que passou naquela arena no primeiro livro... Estávamos completamente enganados. O Capitólio não gosta de atitudes revolucionárias e, desta vez, os vencedores estão de volta para tentarem, mais uma vez, sobreviver. Um livro fenomenal, cheio de acção, momentos de arrepiar e até de alguma frustração, à medida que vemos personagens com os quais nos ligamos emocionalmente, partir...

O segundo livro da trilogia de Suzanne Collins tornou-se o meu favorito dos três e confesso que o li mais rápido que o primeiro. Sou uma fã admitida de Peeta/Katniss e achei que a relação entre os dois evoluiu lindamente neste livro. É suave e sempre presente sem ser enfiada nos nossos narizes como se o livro de nada mais tratasse a não ser de amor adolescente. Em Chamas é muito mais do que simples romance e/ou triângulos amorosos. É uma luta constante contra a presença opressora do Capitólio; é uma afirmação constante de uma posição de rebeldia contra aqueles que pretendem controlar as vidas dos mais fracos; e é o envolvimento que o leitor cria com as personagens que já têm um lugar cativo no seu coração e com as novas, brilhantes e empolgantes personagens que nos são apresentadas. Cada virar de página é uma nova aventura e não há nada aborrecido na escrita de Collins. Ela não é subtil na sua escrita, é uma verdadeira arma de fogo com balas infinitas, disparando a torto e a direito informação que nos deixa boquiabertos. Recomendo vivamente a leitura do segundo livro da trilogia Hunger Games.

Uma trilogia incendiária é a melhor forma de começar a descrever os livros que moldaram uma geração de resistência. Com uma escrita fluída e uma história cativante, os “Jogos da Fome” mudaram o mundo passo após passo, e sem nunca olhar para trás. Iniciando pela dinâmica e o desenvolvimento da personagem principal e o empoderamento que foi demasiado à frente do seu tempo, conseguimos presenciar uma mudança coerente e um romance de extremo cuidado, sem em nenhum momento de fadiga ou confusão. É uma história intergeracional. Tendo dessa forma um desenvolvimento e uma descrição bastante precisa e trabalhada, desde os detalhes que distinguem cada distrito, a descrição meticulosamente estudada para os momentos de stress pós-traumático, ou a descrição física dos personagens. Esta foi uma trilogia de comer e chorar por mais. Eu genuinamente não consegui encontrar um único defeito nestas obras, tendo em conta que senti a necessidade de reler os três livros para a realização desta review, e todos os sentimentos que haviam subido à superfície quando li pela primeira vez aos 14 anos, voltaram a subir e a deixaram-me tão submersa como haviam feito antes. Tanto os livros como os filmes tornaram-se obras de arte, assim como a história e os personagens que construíram a mesma, esta foi a critica social mais arriscada e de alguma forma satírica, que foi recebida de braços abertos pela sociedade e que realmente teve impacto perante a nova geração.