Deus Pregou-me Uma Partida
de Rita Jonet e João de Bragança
Sobre o livro
A experiência do estado de coma prolongado de Joaquim leva Mariana, a mulher com quem casara e fora até então feliz, a questionar as suas até aí inabaláveis convicções acerca da vida num turbulento processo de encontro consigo mesma durante o qual descobre a sua fé.
Através da troca de correspondência entre duas amigas, Mariana e Inês, o leitor acompanha a dor da evolução do estado de saúde de Joaquim a que Mariana vai dolorosamente assistindo, mas também a sua súbita descoberta da fé. Por meio de recaídas, desespero, esperança, evoluções e retrocessos, Mariana descobre-se a si própria e ao verdadeiro sentido da relação que até então vivera com o marido. Em permanente diálogo com a amiga Inês, que actua num quase registo psicanalítico mas sempre acompanhado pela transmissão da força da fé, a Mariana que nos é transmitida no fim desta obra é já uma Mulher mais rica, forte e segura de si e do poder da sua força interior, que é o que afinal lhe permite superar o período difícil da perda do homem que até então a acompanhara.
Deus Pregou-me uma Partida é, em síntese, uma narrativa de grande originalidade que entretece de forma ímpar o estilo confessional e a reflexão filosófica e espiritual acerca da vida e da fé permanentemente atravessados por um singular sentido poético ainda que em diálogo permanente com uma realidade adversa.
"Este livro foi, de alguma forma, o meu luto. Ao reflectir nele temas que eram importantes para mim, como a fé, a amizade, o sentido da vida, a morte e a eternidade, obriguei-me a pensar, a discernir e a exteriorizar os meus fantasmas, aprendendo a viver com eles como se vive com a própria vida."
In Prefácio, BRAGANÇA, João e JONET, Rita, Deus Pregou-me uma Partida, Lucerna, Lisboa, Maio de 2005