Assembleia de Mulheres
de Natália Nunes
Sobre o livro
«Sim, o que é preciso é adaptarmo-nos às circunstâncias. Para mim isto é um emprego a fingir; ainda não criei a consciência, a noção sequer, de que estou empregada... Chegou a hora, deixa-me mas é ir andando... ¿ Ó Filomena, onde comprou esse casaco? É bonito. (Que azul tão feio! Não tarda esteja todo desbotado. O azul é uma cor falsa. Não gosto nada de botões amarelos. E de metal, para mais. A saia plissada também não lhe fica lá muito bem, porque ela tem umas ancas largas... E, depois, já não há criada de servir que não tenha uma saia plissada de terylene. Tudo tende a abastardar-se. Qualquer dia... Olhem, agora reparo, ela oxigena o buço e a penugem da barbela. Ainda gostava de perceber como é que aquele figurão... Será o mesmo, de facto? É, de certeza.)»