Angola Noutros Tempos
Por terras do Golungo e de Ambaquistas
de Jerónimo Pamplona
Sobre o livro
"Este é um livro de crónicas, contos e poemas que percorre um tempo com início em 1482 e fim em 1974, através das seguintes etapas:
Na Introdução relato a evolução da África antiga, desde o aparecimento do Homo Sapiens passando pelo surgimento da agricultura até à fundição do ferro.
«Certo é que por volta de 400 a.C. a fundição era praticada na área da atual Nigéria e por volta de 1.000 d.C., outros povos da África Ocidental utilizavam igualmente esta tecnologia». na primeira parte abordo a chegada dos portugueses a Angola.
Incidindo sobre o reino do Ndongo, detenho-me um pouco mais sobre a figura mítica da Rainha Njinga. no final da visita o Governador estranhou que a Embaixadora não chamasse a escrava que se mantinha imóvel sobre a almofada. Njinga riu-se. «Deixaria a escrava, retorquiu. Não tinha por habito usar do mesmo assento mais do que uma vez».
Na segunda parte descrevo as personagens e o estatuto dos Ambaquistas e dos Assimilados.
«Escrevo de nenhures. É este o meu solo materno pátrio; no qual busco a felicidade e me consolo».
Na terceira parte centro-me na vida económica e social do Golungo Alto em meados do século XX.
«No dia em que chegava o homem da máquina para passar o filme, o pessoal que quisesse assistir tinha que pagar o bilhete e levar um banco de casa, ou então sentar-se no chão.»
Na quarta parte, num estilo em que a paródia prevalece sobre a sátira, revisitando mais de 25 anos, conto 42 estórias/piadas, que ocorreram em diferentes lugares de convívio e que são aqui compiladas.
«Para tomar banho?! Claro! Onde é que o Sr. toma banho? Eu?! Eu tomo banho no rio. no rio?! e os Jacarés? Oh, os Jacarés! Não há perigo. Já me conhecem!»
Na quinta parte narro seis contos, no estilo que poderá chamar-se de short stories.
«Ó Lia, tu tinhas de lhe dizer que aceitavas o namoro. Sabes, não parece mas, os homens são muito tímidos! Nós, mulheres, temos que, por vezes, tomar a iniciativa.»
Na última parte percorro, num rally paper imaginário, as ruas do Golungo Alto visitando lugares que nos fazem recordar afetos e emoções vivenciadas.
«Desde o Luínha para o Golungo lá seguiam;
o comboio, automotora e a grazine assim andavam, devagar, devagarinho, nos morros e curvas até gemiam.
Algumas vezes, poucas, vejam lá, até descarrilavam!»
Jerónimo Pamplona"