Abre-me a Porta
de Cláudia Manuel Costa
Grátis
Sobre o livro
E se controlássemos com a mente a mente dos outros?
E se aquilo que depreendemos da mente dos outros fosse audível?
Para Sofia é. Esta é a viagem de uma jornalista que vive num mundo privado de sentimentos, onde controla a mente dos que a rodeiam em proveito próprio. Até ao dia em que conhece Plácido.
Um violoncelista que, ora em pizzicato, ora em silêncio, mas sempre num jeito único e guiado por uma grande sensibilidade, lhe mostra o essencial. Porque, para ele, o segredo da vida não está na forma como se vê, mas na forma como se sente.
Eu nem te queria usar mais uma vez. Desculpa. Não queria mesmo. Vá: olha para mim. Sim, para mim. Intensamente. Fixa-me. Fixa-me com o olhar. Sem largar. A velhota obedece. De olhar gelado. Fixo. Parado. Olha Sofia. Imóvel. Ligeiro sorriso nos lábios.
Ele vira-se. Bingo. Podes parar. Desvia o olhar.
Plácido vira-se e dá de caras com ela - que, entretanto, também se virou.
Num sorriso franco - ele - cumprimenta-a. Num sorriso matreiro - ela - devolve-lhe o cumprimento. Cumprimenta-o à altura da sua sinceridade - que, nela, era apenas forçada.