Carla Oliveira nasceu em Ponta Delgada, no dia de natal de 1970. Apesar das origens paternas Açorianas, veio para o continente com apenas alguns meses, radicando-se em Almada, onde cresceu e estudou.
O então chamado Liceu Nacional de Almada ou Liceu do Pragal (actual Escola Secundária Fernão Mendes Pinto) acolheu-a como aluna, tendo-a sempre envolvido nas actividades culturais escolares, tais como o grupo coral, concursos de escrita e outras.
Correndo nas suas veias o sangue artístico de três gerações, embora estas ligadas ao mundo da música e teatro, como não podia deixar de ser, a autora desta obra, também se envolveu nos meandros dessas artes, tendo nesse campo frequentado a turma de teatro no referido liceu e pertencido a grupos amadores fora da escola.
O seu gosto pela escrita fez-se notar desde cedo quando, com apenas 7 anos, compunha letras para canções, esperançada que a sua mãe pudesse vir a interpretá-las nos seus espectáculos.
Na escola primária já escrevia textos que eram muito apreciados pelo seu grande mentor, o professor Rufino que sempre lia os seus trabalhos para os colegas.
Já na adolescência, Carla Oliveira continuava a encantar os seus professores de Português, tanto na prosa como na poesia, de tal forma que chegaram a inscrevê-la em concursos literários e de jornalismo, tendo obtido alguns prémios.
Escreveu um texto polémico, sobre a tourada, visando o ponto de vista do animal., o que lhe valeu o prémio de que mais se orgulha. Inspirada nesse mesmo texto, escreveu um poema, mas por não se enquadrar neste livro, foi guardado para posterior publicação.
Depois de cerca de duas décadas sem escrever, sentiu necessidade de o voltar a fazer, como forma de se expressar após lhe ter sido diagnosticado em Dezembro passado um cancro de mama bastante agressivo, o qual continua a combater e que também já afectou seis mulheres da sua família, incluindo a sua mãe, tias e avó. Em suma, é uma família de mulheres mutiladas pelo cancro de mama.
Um dos seus poemas preferidos O TEMPO, foi escrito no dia do diagnóstico, estando a autora já muito abalada com a perda da sua tia com 57 anos, falecida 5 meses antes, vítima de uma leucemia quase fulminante.(...)