Sobre o livro
Em A Ressurreição das Florestas, Natália Nunes analisa a dupla viragem que, quer no plano dos recursos estilísticos quer no do conteúdo, o romance Finisterra marca no conjunto da obra de Carlos de Oliveira. Através de uma "técnica narrativa polifónica ou polivalente, procurando criar no plano da expressão uma obra aberta a multímodas leituras", Carlos de Oliveira ultrapassa a simples história da decadência da família burguesa rural e o conflito entre proprietários fundiários e camponeses, pois "apesar da sua referencialidade cronológica sócio-histórica, o que Finisterra mais claramente representa na nossa história literária e na sociologia da literatura é, acima de tudo [?], um intenso drama cultural e humano". Natália Nunes nasceu em Lisboa, tendo-se licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras desta cidade. Posteriormente tirou, em Coimbra, o curso de Bibliotecário-Arquivista, actividade que exerceu até se aposentar. A par da carreira profissional desenvolve a sua vida literária, iniciada em Coimbra, em 1952, com Memórias da Infância, e que vem continuando ao longo de quarenta e cinco anos, com trabalhos publicados nos campos da ficção, ensaio, teatro, memórias, traduções e artigos na imprensa periódica.