Sobre o livro
Um duplo olhar, antropológico e histórico, sobre as três ideias- -chave do fundamentalismo nazi: a eliminação dos Judeus, a erradicação das Igrejas e a renovação racial do povo alemão. Uma «fé nova» que cristaliza a crença na ascensão de uma «raça nórdica» eleita. Desde 1933, o Estado racial impõe o controlo eugénico da reprodução humana e a expulsão da «comunidade do povo» dos seus membros «inferiores» de corpo ou de espírito. No imenso «espaço vital» conquistado a Leste, porém, a loucura racial radicaliza-se e desdobra-se: enquanto uma «selecção» sem fim preside ao Holocausto, persegue-se, um a um, os Eslavos de «sangue alemão oculto» para melhor «refrescar» com a sua substância a Germanidade experimentada. Onde começa o alógeno? Onde se inicia a mestiçagem? Onde termina a purificação? Obsessões que desenham um circulus diabolicus. Meio século após a libertação de Auschwitz, importa, ainda e sempre, ultrapassar o seu traçado para compreender, nas suas lógicas múltiplas e mortíferas, um racismo nazi cujo alcance há quem ouse, hoje, atenuar. Para que se perceba as verdadeiras dimensões do nazismo e nunca se esqueça.