Financiamento Da Educação Básica
E A Escola Como Agência Multifuncional Na Sociedade Neoliberal
de Silvana Garcia, Rafael De Oliveira, Rose Roggero, Ana Araújo Costa, Lucilene Schunck C. Pisaneschi, Elaine Carla Sartori Guedes De Oliveira, Renata Tereza Boggi De Oliveira, Rosemeire Fernandes, Aline Maria De Faria Borborema Zan, Ana Paula Gomes De Araújo, Andreia Novaes Souto Ribeiro, Karla Grazielle Garcia Casanova, Maria Aparecida Santiago Maia, Romeu Afecto, Sandy Katherine Weiss De Almeida, Merilís Aparecida Franco, Gisele Pereira Kubo, Carmelita Coppola Meningue, Elizete Cristina Carnelós Buzeto, Melissa Dos Santos Quintal Magalhães, Roberta Lopes Rossi, Ana Carla Silva De Oliveira, Eva De Magalhães, Gabriela De Campos Vaz Domingues, Patrícia Angélica Ferreira e Adriana Zanini Da Silva
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Sobre o livro
Como toda instituição vinculada a um sistema, a escola é uma célula de reprodução das relações econômicas, processos de gerenciamentos, políticas públicas e, sobretudo, das contradições da sociedade de classes. Pierre Bourdieu (1970), em sua obra clássica, "A reprodução", que tem como subtítulo "elementos para uma teoria de ensino", foi o grande iniciador dessa linha de abordagem que situa e explica a escola como aparato de reprodução do capitalismo.Essa abordagem aglutinou uma corrente de grandes pensadores da educação que passaram a investigar, na tradição do pensamento crítico, as estruturas de reprodução sociocultural na escola. Embora tenham dado imensa contribuição nas discussões dos problemas escolares, em certa medida, esses estudiosos cristalizaram, em uma parte do pensamento educacional, a ideia de que, diante do peso de seu caráter reprodutor, a escola nada, ou quase nada, teria a fazer, a não ser assumir-se definitivamente como instrumento de dominação. Essa perspectiva opunha-se a uma antiga visão romantizada da escola que, desde a era iluminista chegando ao apogeu com o movimento escolanovista, acreditava que a educação escolar salvaria o mundo.Mas essa corrente não foi a única. Ao realizarem uma espécie de crítica da crítica, outros pensadores, a partir dos anos de 1980, passaram a relativizar tanto o caráter salvacionista da clássica pedagogia, quanto o caráter absolutista, implícito na ideia de dominação estrutural defendida pelos estruturalistas bourdienianos. No Brasil, o grupo de autores responsáveis por essa nova crítica vinculava-se, especialmente, ao movimento da pedagogia histórico-crítica, ou, como ficou conhecida também, pedagogia crítico-social dos conteúdos. Não é exagero dizer que a pedagogia histórico-crítica tornou-se mesmo um movimento na educação brasileira. De 1980 até meados de 1990, inúmeros trabalhos inspirados na abordagem savianista, tributária principalmente do marxismo e do gramscismo, foram publicados e passaram a servir de referências em diferentes contextos da educação pública básica. De referencial teórico de projetos político-pedagógicos, às bibliografias de concursos em educação básica realizados em todo o país, os textos da pedagogia dos conteúdos tornaram-se leituras obrigatórias.