A Felicidade Das Coisas Imperfeitas
de Artur Veríssimo
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Sobre o livro
A nossa vida é, por vezes, uma comédia triste, e o amor só nas coisas improváveis nos é permitido. É a flor do mal que nos sai ao caminho. Bálsamo ou veneno? Assim se poderia caracterizar o percurso de vida do narrador que, de modo diverso, se conta no romance e no argumento para cinema que anda a escrever. A sua história enervada é a do jornalista Gabriel Rocha, femeeiro incorrigível, de repente tocado pelo susto da atração homossexual e pela recusa da velhice adivinhada que vem nas primeiras rugas e nos espelhos. Um conflito difícil de gerir, cheio de peripécias, que a procura obstinada do feminino navegável não chega para resolver. Resta-lhe ser salvo pelo riso. À mesma comédia pertencem as personagens que o narrador convoca. O jovem ator gay, luso-tailandês, que a companheira lhe deixa nos braços, antes de desaparecer misteriosamente. O dono de um restaurante e as suas namoradas de estação recrutadas no Facebook. A viúva que, no velório do marido, cai no colo de um poeta e daí já não sai. O realizador, caçador de clichês, que decide entrar no próprio filme. A jovem apaixonada que mastiga batatas fritas de pacote com um enlevo poético que desconcerta. O rapaz do búzio com voz de pai. O escritor homofóbico que, afinal, não dispensa um pezinho de dança, num bar gay. A mulher que dá conselhos aos homens que recebe na cama sobre a sua vida amorosa. O cozinheiro vítima de bullying de um grupo de crianças. O olhador de búzios que adivinha o futuro com um sorriso de criança quando mente. São estas algumas das personagens que, na obra, procuram, como o protagonista, a felicidade das coisas imperfeitas. Não serão todas salvas pelo riso.