Dois poemas de Jorge de Sena

Por: Bertrand Livreiros a 2023-03-10

Jorge de Sena

Jorge de Sena

Jorge de Sena nasceu em Lisboa a 2 de novembro de 1919 e morreu em Santa Bárbara, na Califórnia, a 4 de junho de 1978. Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia do Porto, parte para o exílio no Brasil em 1959 e aí doutora-se em Letras e torna-se regente das cadeiras de Teoria da Literatura e de Literatura Portuguesa. Muda-se para os Estados Unidos da América em 1965, lecionando na Universidade de Wisconsin e, anos depois, na Universidade da Califórnia. Poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta e tradutor, é considerado um dos mais relevantes escritores de língua portuguesa do século XX, autor de títulos como Metamorfoses (1963), Os Grão-Capitães (1976), O Físico Prodigioso (1977) e Sinais de Fogo (1979), este último considerado a sua obra-prima.

VER +

10%

Fidelidade
13,30€ 11,97€
PORTES GRÁTIS

10%

O Físico Prodigioso
14,00€ 12,60€
PORTES GRÁTIS

10%

Sinais de Fogo
11,10€ 9,99€
PORTES GRÁTIS

Poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta e tradutor, Jorge de Sena é considerado um dos mais relevantes escritores de língua portuguesa do século XX, autor de títulos como Metamorfoses (1963), Os Grão-Capitães (1976), O Físico Prodigioso (1977) e Sinais de Fogo (1979), este último considerado a sua obra-prima. 

No âmbito do lançamento de Fidelidade, pela Assírio e Alvim, partilhamos consigo dois poemas de Jorge de Sena. 

 

Fidelidade

Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como a só presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.
Quanto assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.
E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.

26/8/1956

 

O Rei de Tule

Como um anjo não falas, e o silêncio,
sussurro de presença e cuidados,
que linguagem será na tua boca
senão dos lábios a moverem-se húmidos?

Às vezes, quando a noite avança:
e drapejantes param luminosas trevas,
eu escuto que não escuto
sequer teus lábios horizontes de asas.
E lágrimas me descem, desceriam,
por tanto alheio rosto sobreposto ao meu,
que, à minha porta e alisando as penas,
pacientemente mas recolhes.

Porém, está seca a taça que me estendes:
ou já bebi, ou tudo foi outrora.

11/9/1951

 

X
O QUE É O CHECKOUT EXPRESSO?


O ‘Checkout Expresso’ utiliza os seus dados habituais (morada e/ou forma de envio, meio de pagamento e dados de faturação) para que a sua compra seja muito mais rápida. Assim, não tem de os indicar de cada vez que fizer uma compra. Em qualquer altura, pode atualizar estes dados na sua ‘Área de Cliente’.

Para que lhe sobre mais tempo para as suas leituras.