Com as suas palavras, perdemo-nos na imensidão da paisagem africana.
“Todas as noites / me deito num livro / para em outra vida desaguar”
(in
Idades, Cidades, Divindades
, 2008), e nós mergulhamos com ele, na profundidade dos seus rios e terras, vales e troços de calor mágico.
Considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique,
Mia Couto
é também o mais traduzido do seu país. Escreve poesia, contos, romances e crónicas, adaptando-se aos diferentes géneros e chegando a diferentes mundos. A recriação da língua portuguesa, com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana, é uma das imagens de marca da sua escrita.
A profundidade da sua escrita faz-nos ganhar raízes. Fundimo-nos com as palavras e sabemos ser verdade o que afirma:
“dentro de mim, vão nascendo palavras líquidas, num idioma que desconheço e me vai inundando todo inteiro”
(in
O Fio das Missangas
, 2014).
No dia do seu aniversário,
5 de julho
, destacamos algumas das suas obras, abrindo a janela para que a sua poesia voe e nos inunde.