Imaginar o mundo sem literatura é uma missão impossível
Por: Plano Nacional de Leitura a 2021-07-12 // Coordenação Editorial: Marisa Sousa
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Pensar o mundo sem leitura e sem escrita é imaginar uma forma estranhíssima de vida. A história do mundo não seria contada, não seriam transmitidos os conhecimentos e os homens dificilmente comunicariam. A palavra é o que dá sentido. Lemos e escrevemos para enunciar, perpetuar feitos literários, crenças religiosas, ideias filosóficas, políticas, humanistas e científicas, a ascensão e a queda de impérios e nações. Para compreender o mundo, criar novas formas de narrar a vida, reinventar geografias, ousar, evocar, fantasiar e visionar. Para conhecer os outros e a nós próprios.
Ler o Mundo: Experiências de Transmissão Cultural nos Dias de Hoje é um manifesto lúcido e necessário, uma verdadeira apologia da leitura e da literatura. O livro procura responder a questões como “Para que serve ler? Porquê ler hoje? Porquê incitar as crianças a fazê-lo?”. Michèle Petit dialogou com mediadores e “educadores pela arte” sobre o engenho de enfeitiçar aqueles que se encontram afastados da literatura e da arte. Ouviu múltiplas vozes sobre experiências leitoras. Neste livro, partilha o saber resultante dessas conversas, encontros, estudos e de muitas leituras sobre a importância do livro e da leitura no crescimento dos jovens e na sua construção enquanto pessoas. É um livro que interessa a todos os que amam os livros e acreditam no poder da leitura.
"A palavra é o que dá sentido."
Stephen King, o Mestre do Terror, como muitos lhe chamam, decidiu em 1997 escrever sobre o ofício da escrita. Vítima de um acidente grave, recorreu à escrita para lidar com a dor física e regressar à vida. Em Escrever, Stephen King mostra a vida do homem que escreve, os cordelinhos que movem as personagens, os bastidores da criação das intrigas, as suas relações com outros autores, com os editores, com a crítica… Num registo informal e com um humor por vezes cáustico, King conta-se como uma história dos seus romances, desde a infância difícil e os primeiros escritos até à fase de escritor internacionalmente aclamado. E, nas memórias do ofício, há lugar para o professor que aconselha, avisa, orienta, ensina caminhos, mostra estratégias.
”A leitura é o centro da vida de um escritor. Eu levo comigo um
livro para todos os lados que vou e não faltam oportunidades
para mergulhar na leitura.”
— Stephen King
Lemos para curar todos os males. O seu amor não é correspondido? Sofre de depressão? Está com uma crise de identidade? Constipado? Melancólico? Tem falhas de memória? Acha que sofre de reumatismo? É hipertenso? Claustrofóbico? Remédios Literários disponibiliza o melhor remédio para todos estes males. As autoras informam que estes remédios não se encontram em farmácias, mas em livrarias e bibliotecas ou, simplesmente, descarregando-os em aparelhos eletrónicos. Neste livro, avalia-se o carácter terapêutico da leitura de grandes romances que imortalizaram autores como Saul Bellow ou Stefan Zweig, passando por Tolstoi, Kafka, Isabel Allende, Mia Couto, Jane Austen, Melville, Eça de Queirós, Saramago e muitos outros. Na bula, o paciente descobrirá as instruções: ler com intervalos curtos, em silêncio ou em voz alta, em formato de papel, áudio ou digital. Em pouco tempo, sentirá alívio dos sintomas e constatará que é o melhor dos suplementos energéticos. Não importa como, importa ler! Ler com prazer para ficar mais saudável, feliz e conhecedor.
Fotografia: The Guardian.
Em 1964, em Buenos Aires, um escritor que perdia a visão convidou um jovem estudante de 16 anos, que também trabalhava como livreiro, para lhe ler em voz alta os livros que já não conseguia ler. Durante quatro anos, partilharam momentos de leituras e releituras, conversas, reflexões e curiosidade pela vida e pelos livros. Com Borges é uma homenagem de Alberto Manguel ao escritor argentino, mas também aos livros e à leitura. Manguel, que se veio a tornar um dos mais conceituados bibliófilos do mundo, oferece ao leitor uma memória afetiva inesquecível, recordando que, para Borges, os livros restauram o passado e que, nas suas próprias palavras, a realidade reside “em ler livros, em escrever livros, em falar de livros”.
Num tom autobiográfico, Razões para Escrever relata episódios do ofício, da arte e do amor da palavra escrita. O repto é brincar. Neste jogo, as regras rígidas da gramática e da sintaxe são desafiadas para que o leitor, o aprendiz de escrita, o brincador de palavras, saia da sua zona de conforto e aceite a provocação de produzir textos e experimentar situações diferentes, criando novos mundos onde o imperativo é escrever, escrever, escrever. Mas escrever para quê? Escrever para contar e recontar o que se viveu ou imaginou, para partilhar emoções, para dar vida a outros mundos e outras personagens. Margarida Fonseca Santos, neste seu livro, recorda que escrever ajuda a estruturar o pensamento e a comunicar de forma mais eficaz, com mais emoção, apropriação, originalidade e rigor.