Jorge Faria
Biografia
Jorge Manuel Martins de Faria, nasceu em 1960, na freguesia de Curvos, do concelho de Esposende. É o décimo primeiro de treze irmãos. Cursou o Magistério Primário de Braga. Professor de profissão, percorreu grande parte do distrito de Braga em serviço. Licenciou-se em Educação Infantil e Básica Inicial, com especialização em Expressões Artísticas Integradas, pela U. Minho, em 1998. É pós-graduado em Supervisão Pedagógica pelo I. P. de Viana do Castelo. Sempre amou a escrita e a leitura pelo prazer de contar, de imaginar e de pintar imagens. É coautor de uma coletânea poética, de génese familiar (Faria, J. e filhos. (1998). Filhos das Ervas. Compolito, Braga) e participou, com seis contos sobre a sua terra natal, num livro resultante do produto de um concurso levado a cabo pela J. de Freguesia de Curvos, do concelho de Esposende (Curvos, Encantos e Letras Soltas. Prosa e poesia. (set/2013). Graficamares, Lda, Amares).
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Casa dos Malditos
Pelo terceiro quartel do século XVIII, chegou um grupo de romeiros ao arruinado Mosteiro de Banho, situado em S. Salvador de Banho, no concelho de Barcelos. Como Jesuítas que eram, fugiam à ordem de expulsão do país, dada por D. José I.
Refugiados no Mosteiro, e após algum tempo de permanência no lugar, um dos romeiros apaixonou-se por uma donzela, oriunda de uma família influente da terra e vizinha do mosteiro. O seu pai, zeloso da sua honra e da de sua filha e que tanto ajudara aquele grupo de fugitivos nos momentos de privação, sentiu-se traído e acusou a existência do grupo ao Mordomo do lugar. O grupo, percebendo o perigo da sua permanência no Mosteiro, continuou a fuga interrompida, tendo ficado escondido, por ali, o frade enamorado, esperançado no perdão do pai da donzela. Conhecida a sua localização e não conseguido o perdão do pai de sua amada, foi capturado e morto às suas mãos. No momento da execução o frade ainda tentou a redenção, o perdão, e a sua aceitação como genro do dono de sua vida. Gorou-se, porém, a tentativa e, em última instância, eis que lançou uma maldição ao seu carrasco, maldição essa que perdurou no tempo e nas gerações futuras. Os seus filhos passaram a viver subjugados pela maldição que os feria na sua virilidade e na sua masculinidade, tendo-os, as gentes da terra, assumido como "os Malditos" a quem não desejavam na sua vizinhança.
Refugiados no Mosteiro, e após algum tempo de permanência no lugar, um dos romeiros apaixonou-se por uma donzela, oriunda de uma família influente da terra e vizinha do mosteiro. O seu pai, zeloso da sua honra e da de sua filha e que tanto ajudara aquele grupo de fugitivos nos momentos de privação, sentiu-se traído e acusou a existência do grupo ao Mordomo do lugar. O grupo, percebendo o perigo da sua permanência no Mosteiro, continuou a fuga interrompida, tendo ficado escondido, por ali, o frade enamorado, esperançado no perdão do pai da donzela. Conhecida a sua localização e não conseguido o perdão do pai de sua amada, foi capturado e morto às suas mãos. No momento da execução o frade ainda tentou a redenção, o perdão, e a sua aceitação como genro do dono de sua vida. Gorou-se, porém, a tentativa e, em última instância, eis que lançou uma maldição ao seu carrasco, maldição essa que perdurou no tempo e nas gerações futuras. Os seus filhos passaram a viver subjugados pela maldição que os feria na sua virilidade e na sua masculinidade, tendo-os, as gentes da terra, assumido como "os Malditos" a quem não desejavam na sua vizinhança.