Giancarlo Coccia
Biografia
Depois de se licenciar em Ciência Política, Giancarlo Coccia trabalhou como jornalista em Milão e Bona. Em 1968, cobriu a guerra do Vietname ao lado das Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos. Após uma estada em Londres, foi transferido para Bruxelas e incumbido de seguir as atividades da NATO e da antiga Comunidade Económica Europeia. O seu primeiro contacto com a Guerra Colonial ocorreu em 1970, quando testemunhou os confrontos militares em Angola. Desde então, o embate das ideologias em África monopolizou a sua atenção, levando-o a Moçambique em 1973.
Durante quase todo o período que mediou entre o 25 de Abril e a transferência de soberania para a FRELIMO, Giancarlo Coccia conseguiu permanecer em território moçambicano. Enquanto os restantes jornalistas ocidentais viam os seus movimentos ser limitados a Lourenço Marques e à área circundante, Coccia viajou extensivamente e, várias vezes, na companhia de oficiais de alta patente dos Comandos. O MFA, porém, receoso da presença e das peças jornalísticas do autor, afastou-o por duas vezes do país e mandou-o prender durante três semanas. Não obstante esta detenção, Coccia foi capaz de acompanhar os seis meses caóticos que transformaram Moçambique num estado comunista, meses cujos bastidores agora descreve com uma nitidez e acuidade notáveis.
Durante quase todo o período que mediou entre o 25 de Abril e a transferência de soberania para a FRELIMO, Giancarlo Coccia conseguiu permanecer em território moçambicano. Enquanto os restantes jornalistas ocidentais viam os seus movimentos ser limitados a Lourenço Marques e à área circundante, Coccia viajou extensivamente e, várias vezes, na companhia de oficiais de alta patente dos Comandos. O MFA, porém, receoso da presença e das peças jornalísticas do autor, afastou-o por duas vezes do país e mandou-o prender durante três semanas. Não obstante esta detenção, Coccia foi capaz de acompanhar os seis meses caóticos que transformaram Moçambique num estado comunista, meses cujos bastidores agora descreve com uma nitidez e acuidade notáveis.
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A Cauda do Escorpião
Moçambique, de Abril a Setembro de 1974. Neste espaço de tempo tão diminuto, o domínio português estilhaçou-se completamente e a FRELIMO pôde subir ao poder, decidida a estabelecer um regime comunista de inspiração maoista. Como e porque é que tudo isto aconteceu? Tendo conseguido percorrer todo o território moçambicano durante este período de transição, Giancarlo Coccia testemunhou, acima de tudo nas províncias do Norte, não só os acontecimentos que corroeram a administração e os esforços de guerra portugueses, mas também as razões políticas e económicas que presidiram a todo o processo. Fruto deste conjunto de experiências e de meses de posterior pesquisa, A Cauda do Escorpião sabe iluminar momentos-chave até hoje pouco compreendidos, caso do massacre de Wiriamu, da reunião secreta do MFA com a FRELIMO, das diligências de Jorge Jardim para lidar com o movimento independentista moçambicano, das tentativas da elite financeira para criar um governo negro não comunista ou das ordens bizarras que, vindas de Lisboa, agrilhoavam a estratégia militar portuguesa. Contributo imprescindível para o estudo da Guerra Colonial e da descolonização, este livro retrata, de forma vívida, os últimos dias do império português.