partilhar
Em destaque VER +
A Tragédia da Rua do Arsenal
Paris, 1905. A visita oficial do rei D. Carlos de Portugal e da rainha D. Amélia assinala o sucesso da política estrangeira do rei. Internamente, pelo contrário, a situação económica do país é má - os défices orçamentais não param de crescer e o sistema político é ineficaz. O rei decide intervir pouco a pouco, arriscando-se a ultrapassar os limites do seu poder constitucional, para "repor a ordem" em prejuízo de todas as tendências da classe política. O Partido Republicano reforça-se. Ao mesmo tempo, algumas correntes encaram a possibilidade de depor o rei, substituindo-o pelo seu filho. O Príncipe Real, D. Luís Filipe, está apaixonado por uma jovem brasileira da melhor sociedade, que também o ama. A jovem, Amélia Laredo, tem todas as qualidades de uma rainha - salvo o nascimento. O príncipe recusa-se a aceitar a impossibilidade do seu amor e Amélia engravida. Por ocasião do nascimento da filha de D. Luís Filipe e da sua amante brasileira, o rei, inspirado pela rainha-mãe, D. Maria Pia, decide-se por uma solução temporária que acautela o futuro e protege a honra e os interesses da criança e da sua mãe. Lisboa, 1908. A situação agrava-se e atinge o ponto máximo com a tentativa de golpe de estado republicano de 28 de Janeiro de 1908, duramente reprimido pelo rei e pelo Governo. As duas conjurações (anarquista e capitalista) associam-se e o rei e o seu filho mais velho são assassinados, deixando, por um lado, Portugal em mãos demasiado fracas e abandonando, por outro, Amélia Laredo e a sua filha à eterna incerteza de um segredo inexplicável.