Danilo Santos
Biografia
Danilo de Jesus da Veiga dos Santos nasceu em Santa Catarina, ilha de Santiago, em 1986. Licenciou-se em Estudos Africanos pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 2008. Em 2011 fez o Mestrado em História de África na mesma instituição. É atualmente Professor de História e de Cultura Cabo-verdiana na Escola Secundária Armando Napoleão Fernandes – Achada Falcão. Tem colaborado com o Instituto Universitário de Educação e o Centro de Estudos de História Religiosa, da Universidade Católica Portuguesa. Tem especial interesse pela História de África e multiplicidades culturais existentes no continente africano.
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A Imagem do Cabo-Verdiano nos Textos Portugueses
Ao ler-se os textos portugueses dos finais do século XVIII e a primeira metade do século XIX depara-se com uma certa depreciação e africanização do homem cabo-verdiano. As formas de sociabilidade dos cabo-verdianos eram reprovadas por estes serem demasiados próximos dos "negros africanos". Estas representações continuam a ser menos conhecidas tanto no domínio da História como nos outros campos do saber. Ora, o presente livro debruça-se sobre a imagem do homem cabo-verdiano construída, pensada e dada a ler, nos textos portugueses produzidos pelos forasteiros no período entre 1784 e 1844.
O corpo textual que sustenta este estudo foi produzido a partir do contacto com as ilhas e os seus habitantes ou, muitas vezes, a partir de informações de terceiros, por alguém cujos padrões mentais e culturais pertenciam a outra realidade. Da longa relação dos portugueses/europeus com os africanos, sob a soberania portuguesa no espaço cabo-verdiano desenvolveu-se uma cultura nova e um homem novo - uma nova sociedade, que por um lado reflete o fracasso português na assimilação dos cabo-verdianos e por outro mostra a capacidade de, num espaço novo, através do processo de mestiçagem, que foi quase um fenómeno natural nas ilhas de Cabo Verde, surgir algo novo, com contornos próprios, que se pode caracterizar de cabo-verdiano.
O corpo textual que sustenta este estudo foi produzido a partir do contacto com as ilhas e os seus habitantes ou, muitas vezes, a partir de informações de terceiros, por alguém cujos padrões mentais e culturais pertenciam a outra realidade. Da longa relação dos portugueses/europeus com os africanos, sob a soberania portuguesa no espaço cabo-verdiano desenvolveu-se uma cultura nova e um homem novo - uma nova sociedade, que por um lado reflete o fracasso português na assimilação dos cabo-verdianos e por outro mostra a capacidade de, num espaço novo, através do processo de mestiçagem, que foi quase um fenómeno natural nas ilhas de Cabo Verde, surgir algo novo, com contornos próprios, que se pode caracterizar de cabo-verdiano.