António Meira
Biografia
António Meira nasceu nessa "saborosa Sabrosa de leais montes e fragas". Ao lado nasceu Miguel Torga… Entrou para a Banca e ficou, mesmo depois de se ter licenciado em História, por opção. Viajante prolífero e sempre involuntário, reteve dessas andanças a trilogia fundamental e persistente da sua vida. De Trás-os-Montes e da ilha da Madeira, o gosto da solidão contemplativa; da África, a ternura melodiosa e quente do olhar e da voz da sua gente, do Porto, a garra e a frontalidade que trespassa os seus nevoeiros e as suas esquinas. Agora, leio, escrevo e descanso em Canelas, Vila Nova de Gaia. Há, porém, sempre um cais, onde se encontram e reencontram as formas do seu viver – essa paixão desmedida pelas pessoas e pelas coisas –. E, mesmo quando parece estar prisioneiro do seu ciclo bipolar, em egocêntricos narcisismos, ergue-se liberto, dando-se em sinceridade feroz. Ama a vida tanto quanto percebe a morte. Daí a sua postura de contradições inimagináveis, daí a sua teimosa insistência em tentar ver e não apenas olhar. Por tudo isso luta, por tudo isso vive, ainda.
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Tertúlia com Fernando Pessoa
Quem se atreve a completar, contraditar e até ironizar, versos, frases e pensamentos de Fernando Pessoa e seus heterónimos, ou é ingénuo ou louco ou, um puro homem simples e sem medo! Esta obra é tudo isso e o seu contrário. Não estou, por aí além, preocupado. Antes pelo contrário, orgulho-me de ter arriscado. Os críticos existem e fazem o seu trabalho. Eu faço o meu. Medo nunca. A obra é esta e respeito-me por isso. Fernando Pessoa é um Deus, logo não tem defeitos. Eu sou o António Meira, homem comum e cheio deles. Sou livre, ingénuo e louco. O que não é pouco.