Rui Costa
Biografia
Rui Costa nasceu e morreu no Porto entre 1972 e 2012, tendo de permeio estudado em Coimbra, exercido advocacia em Lisboa e Londres durante seis anos, feito um mestrado em Leeds, preparado um doutoramento em Saúde Pública no Rio de Janeiro e integrado bandas de música bombástica e sarcástica como os Mana Calórica. Em 2005, venceu a primeira edição do Prémio de Poesia Daniel Faria, que lhe valeu a publicação do seu livro de estreia, A Nuvem Prateada das Pessoas Graves. A partir dessa altura, passa a dedicar cada vez mais tempo à escrita. Em 2007, o romance A Resistência dos Materiais venceu o Prémio Albufeira de Literatura. Seguiu-se O pequeno-almoço de Carla Bruni (2008), livro que reúne poemas inéditos e poemas anteriormente publicados numa edição bilingue, em português e em espanhol. Ainda nesse ano, entusiasmado pelas possibilidades da narrativa breve, coorganizou a Primeira Antologia de Micro-ficção Portuguesa. No ano seguinte, com Rui Lage e Rui Cóias, candidatou-se à direcção do PEN Clube Português; agitou as águas, mas não teve sucesso. Em 2009, concluiu As Limitações do Amor São Infinitas. A partir do Rio de Janeiro, escreveu, com Margarida Vale de Gato, Desligar e Voltar a Ligar, peça encenada em 2011 na Culturgest. Além destes títulos, contam-se uma série de textos dispersos em revistas literárias, blogues e volumes colectivos. O seu último livro de poesia publicado em vida, Breve Ensaio sobre a Potência, saiu em Janeiro de 2012, pouco antes de o autor ter sido encontrado morto na foz do Douro.
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Mike Tyson para Principiantes
«Esta antologia procura oferecer uma maneira de ler a poesia de Rui Costa, sabendo de antemão que tudo o que pudermos dizer a respeito da sua obra será condicionado por um tom deliberadamente pessoal: afinal, fomos amigos do Rui, companheiros de vida e poesia, e com ele dividimos durante muitos anos os caminhos do lado menos visível das coisas. Por isso, cada um de nós tem os seus pontos de referência nesse mapa de cumplicidades íntimas e as suas antologias pessoais de poemas. [...]
Esclareça-se desde já que o título Mike Tyson para principiantes nos foi fornecido pelo próprio autor — que o utilizou para uma antologia da sua obra que pretendia ver publicada, a cujas versões tivemos acesso. Embora mantenha o título inspirado pela metáfora do pugilismo, o livro que temos em mãos, substancialmente mais extenso, não é a antologia Mike Tyson para Principiantes que o autor organizou; de qualquer modo, também não se trata de uma reunião dos seus poemas completos. O livro resulta da nossa selecção pessoal, democraticamente ponderada, feita a partir dos livros editados em vida, dos dispersos que vieram a lume em revistas literárias e volumes colectivos e dos inéditos que se conservam no espólio que a família mantém. Assinale-se também que, para a escolha e organização dos poemas, nunca perdemos de vista o objectivo de construir um livro inteiramente novo. Ainda assim, tendo acompanhado a sua escrita, achámos por bem respeitar uma constante na composição de todos os seus livros publicados, que foi a divisão em três partes, e orientá-la de uma forma que pudesse aproximar-se de propostas que o próprio deixou esboçadas. [...]»
da Introdução
Esclareça-se desde já que o título Mike Tyson para principiantes nos foi fornecido pelo próprio autor — que o utilizou para uma antologia da sua obra que pretendia ver publicada, a cujas versões tivemos acesso. Embora mantenha o título inspirado pela metáfora do pugilismo, o livro que temos em mãos, substancialmente mais extenso, não é a antologia Mike Tyson para Principiantes que o autor organizou; de qualquer modo, também não se trata de uma reunião dos seus poemas completos. O livro resulta da nossa selecção pessoal, democraticamente ponderada, feita a partir dos livros editados em vida, dos dispersos que vieram a lume em revistas literárias e volumes colectivos e dos inéditos que se conservam no espólio que a família mantém. Assinale-se também que, para a escolha e organização dos poemas, nunca perdemos de vista o objectivo de construir um livro inteiramente novo. Ainda assim, tendo acompanhado a sua escrita, achámos por bem respeitar uma constante na composição de todos os seus livros publicados, que foi a divisão em três partes, e orientá-la de uma forma que pudesse aproximar-se de propostas que o próprio deixou esboçadas. [...]»
da Introdução