Sarah Adamopoulos
Biografia
Roterdão, 1964. é uma escritora portuguesa de origem grega. Antiga jornalista profissional, trocou a imprensa pela produção editorial de livros, e depois a produção editorial de livros pelo teatro (dramaturgia e edições de comunicação).
O seu trabalho literário tem sido fragmentado, desconforme, duran-te muitos anos devido à firme vontade de gerar sustento unicamente através dos ofícios da escrita - desse modo não apenas "mantendo a mão" mas também uma posição de proximidade com a literatura, nunca se afastando de um projecto literário que a sua ligação profunda à arte de escrever fortemente tem sugerido. Escreveu e/ou coordenou edições institu-cionais, biografias e outras encomendas. Traduziu livros muito interessantes e outros nem por isso. Foi bolseira do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (2002, para narrativa literária) e da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (2022, para dramaturgia). Os seus heróis literários são quase sempre os pobres, os velhos, os inadaptados, os fracos e os oprimidos. Agosto foi adaptado ao teatro e chamou-se Aqui.
O seu trabalho literário tem sido fragmentado, desconforme, duran-te muitos anos devido à firme vontade de gerar sustento unicamente através dos ofícios da escrita - desse modo não apenas "mantendo a mão" mas também uma posição de proximidade com a literatura, nunca se afastando de um projecto literário que a sua ligação profunda à arte de escrever fortemente tem sugerido. Escreveu e/ou coordenou edições institu-cionais, biografias e outras encomendas. Traduziu livros muito interessantes e outros nem por isso. Foi bolseira do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (2002, para narrativa literária) e da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (2022, para dramaturgia). Os seus heróis literários são quase sempre os pobres, os velhos, os inadaptados, os fracos e os oprimidos. Agosto foi adaptado ao teatro e chamou-se Aqui.
partilhar
Em destaque VER +
Agosto
Ao súbito e misterioso desaparecimento daquela manhã seguiram-se dias de grande escuridão. Depois de cumprida a noite de sempre, em toda a sua tessitura de sombras, à hora em que outrora sobrevinha a claridade nascente da manhã o lugar reanoitecia. Os dias evoluíam doravante da noite para a tarde, e novamente para a noite, numa sombria sequência de momentos.
Até que um dia, como se não bastasse tanto negrume, uma vez mais naquele tão estranho Agosto a máquina dos dias foi desconsertada, e a noite deu lugar à noite, e de novo à noite, apagando-se ali também a tarde, e com ela toda a luz que um dia continha. Felizmente, e ao que parece, tudo tem uma explicação.
Até que um dia, como se não bastasse tanto negrume, uma vez mais naquele tão estranho Agosto a máquina dos dias foi desconsertada, e a noite deu lugar à noite, e de novo à noite, apagando-se ali também a tarde, e com ela toda a luz que um dia continha. Felizmente, e ao que parece, tudo tem uma explicação.