Neste livro, como em quase toda a sua obra, Eugenio Garin recordou "a grande influência que uma leitura atenta dos escritos de Antonio Gramsci teve sobre o meu modo de ver a história cultural italiana… Para mim uma experiência decisiva que persistiu no tempo".
Com Gramsci, o autor percorre os principais momentos da política, da cultura e da filosofia italianas entre os séculos XIX e XX. Os estudos gramscianos reunidos neste volume testemunham a concordância intelectual e moral entre o grande pensador sardenho e um estudioso que, livre das marcas do partido, pesquisou a fundo no laboratório do marxismo teórico italiano.

Antonio Gramsci (1891-1937), escritor e político italiano, notabilizou-se como teórico do socialismo, do comunismo e do anti-fascismo. Insatisfeito com o socialismo moderado e reformista, ajudou a fundar o Partido Comunista Italiano (1921), que representou na III Internacional (Moscovo, 1922) e cuja liderança no Parlamento assumiu em 1924. Dois anos mais tarde, ilegalizado o partido por Mussolini, Gramsci foi preso. Dos escritos da prisão, onde permaneceu até à sua morte, destacam-se "Cartas da Prisão" e "Cadernos do Cárcere", hoje considerados dois dos mais importantes textos políticos do século XX.

Eugenio Garin (1909-2004) foi professor de História da Filosofia na Universidade de Florença e na Escola Superior de Pisa. Dividiu o seu trabalho entre o estudo do Humanismo e do Renascimento e a problemática da cultura italiana após a unificação. Da sua obra salientam-se os livros "O Humanismo Italiano" (1952), "A Educação na Europa 1400-1600" (1957), "História da Filosofia Italiana" (1978) e "A Biblioteca de San Marco" (1999).